segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Tem que ter coragem

Não há maior solidão do que a da mulher alta.
É uma dificuldade secreta, que ninguém fala.
Mas o homem prefere uma mulher gorda a uma mulher alta.
Prefere uma mulher nanica a uma mulher alta.
Não diz, mas prefere.
É um machismo. O mais vergonhoso: o machismo silencioso.
O machismo de se sentir menor do que a mulher e rejeitá-la antes de qualquer contato.
Como se a altura fosse determinar se ele é macho ou não.
Homem teme mulher alta. Se a mulher tem mais de 1 metro e 80, ele desaparece.
Só quer mulheres menores do que ele. Para dominar.
Vergonha de andar de mãos dadas com mulher maior do que ele.
Vergonha de abraçar uma mulher maior do que ele.
Vergonha de dançar com uma mulher maior do que ele.
Homem pensa que ele é baixo porque ela é alta. E afasta todas as mulheres altas de sua vida, para fingir que não é baixo.
Não há maior sofrimento do que da mulher alta.
Porque ela não é feia e é tratada como se fosse um monstro.
Não há maior tristeza do que da mulher alta.
Sempre chamada de girafa, sempre convocada para ser jogadora de basquete, sempre solicitada para pegar alguma coisa lá da última prateleira. Confundem a mulher alta com uma escada simpática.
Mulher alta sofre o pior bullying amoroso. Precisa de homem de coragem, não de homem egoísta, homem que somente pensa em si e na aparência.
Não importa que seja um pequeno homem, desde que não seja um homem pequeno.
 
Fabrício Carpinejar
 
 
É Fabricio... tu sabes das coisas! 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Seviço de utilidade pública aos fora do padrão



Por trabalhar com moda sempre pensei em escrever um blog, mas incoerentemente nunca quis escrever sobre esse tema. Trabalho com isso, mas não sou it girl e não respiro moda 24 horas por dia (mesmo tendo essa obrigação). Então fui prolongando esse início por não saber sobre o que exatamente falar.

O fato de eu ser bem alta me proporcionou diversas experiências das mais tristes às mais divertidas e certa vez ao compartilhar um desses “causos” no facebook, minha querida amiga Laura sugeriu que eu escrevesse sobre essas situações. Fiquei tentada, mas hesitei.

Ontem eu estava trabalhando e a Gabi (pcp da empresa) me chama, pois uma cliente gostaria de me conhecer. O motivo? Minha altura. Comecei a rir e fui me apresentar a Estela, uma mulher bonita, loira e alta. 1,80m de altura. Ela ficou eufórica com o meu tamanho e por eu ser tão mais alta que ela. Conversamos sobre as dificuldades em encontrar roupas e sapatos e a falta de empresas que produzam pra esse nicho de mulheres altas e magras.

Foi aí que percebi a real necessidade em se falar sobre isso. Não só falar, mas trocar figurinha, divulgar lugares onde possamos comprar roupas e calçados, mostrar que alguns lugares e serviços públicos não possuem estrutura para receber uma pessoa fora do padrão e aí se incluem os muito altos, os muito baixos, os acima do peso e todos que de alguma forma sofrem por serem diferentes. Terei o foco na altura por ser esse o ponto que me distingue da maioria, mas o espaço está aberto para todos. Aprendi que é conversando que as coisas se tonam mais leves, divertidas e fáceis de entender. Por isso penso ser muito importante essa troca de experiências.

E lógico que não é só de coisas negativas que vivem os “diferentes”. Há muita situação inusitada e engraçada que só vivi por ser alta e pretendo também compartilhar. Espero que gostem do que vem por aí e que esse espaço seja útil de alguma forma.

 

Bjs

 

Je